No
dia 13 de Junho realizamos mais uma reunião do nosso Grupo de Pesquisa na
DAPE/UDESC no centro de Florianópolis/SC. Nesta retomamos a discussão do livro “Cultura
da Convergência” do autor Henry Jenkins da editora Aleph, com a apresentação
dos capítulos 4 e 5, pelos integrantes Ana Boss e Onoél Neves respectivamente.
Iniciamos
com a discussão do Cap. 4 intitulado “Guerra nas estrelas por Quentin Tarantino”. A Ana começou apresentando o diretor Quentin
Tarantino, seus trabalhos e a sua visão diferente da maioria dos filmes
Hollywoodianos.
De
forma bem criativa e divertida a Ana nos trouxe uma apresentação bem sintética
para que pudéssemos compreender e discutir os principais conceitos que o autor
trás neste capítulo.
Conceitos
como cultura tradicional, cultura de massa e cultura da convergência
foram bem trabalhados através do debate sobre a trilogia “Star Wars” de George
Lucas. Diretor e criador desta história intergaláctica que já nos anos 70 teve
a compreensão que poderia lucrar muito mais com a sua história do que apenas
com os lucros do filme em si. Lucas abriu mão da renda dos filmes a favor de
obter os lucros com os produtos gerados por sua história (bonecos, espadas,
etc.).
Assim
como também investiu na criatividade alternativa de seus fãs, possibilitando
que estes pudessem criar releituras de seu filme e postar no seu site oficial.
O próprio Lucas criou competições entre os fãs e premiações, desta forma abrindo
a sua história para a intervenção e criatividade de seus fãs, que também se
tornaram produtores e diretores. Jenkins
afirma que George Lucas seria um propulsor da Cultura da Convergência.
Debatendo também que ao mesmo tempo em que ele abre a possibilidade dos fãs
participarem também cria uma forma de controlar estas produções, uma vez que só
participa das competições quem posta no seu site os vídeos.
Após
esta primeira parte da apresentação, entramos na discussão sobre a pirataria,
sobre a divulgação de filmes ou demais mídias pela rede antes mesmo da sua estreia
oficial. Isto seria um crime ou uma forma de divulgação? Muitas vezes esta
forma de divulgação se torna uma estratégia de marketing dos produtores.
(Vídeo
“Copiar não é roubar”: http://www.youtube.com/watch?v=R1QnXJYT9ao)
Refletimos
também sobre a força da palavra Convergência – um mesmo produto acaba sendo consumido
por diferentes mídias. Como também são estabelecidas vias de mão dupla entre as
diferentes mídias, que se ajudam para o crescimento de consumidores.
A
participante do grupo Claudia Teixeira nos trouxe a discussão: E a educação? E a
convergência de conhecimentos em sala de aula? O professor deve ter uma postura
de estar aberto para as ideias e conhecimentos dos alunos/as, para colaborar
com estes e estar preparado para mudar a sua prática de acordo com as
necessidades dos/as alunos/as. Assim como repensar que não podemos mais fugir
da produção em grupo, que cada vez mais a aprendizagem colaborativa está
presente no processo de ensino-aprendizagem.
Finalizada
a apresentação da Ana, o Onoél iniciou a discussão sobre o capítulo 5 “Porque
Heather pode escrever”, onde a principal temática é o letramento midiático
(ir além do saber ler e escrever).
O
Onoél nos alertou como o autor é bastante crítico em relação à educação e o
papel da escola e do professor, mostrando a distância entre os interesses e
formas atuais de aprendizagem das crianças e a didática em sala de aula.
Também
com uma apresentação dinâmica Onoél nos trouxe um vídeo do próprio Henry Jenkis
falando sobre educação:
E
novamente a discussão do livro nos levou ao debate sobre o trabalho do
professor, uma vez que os próprios alunos/as já estão fazendo a convergência,
como a escola está lidando com esta situação?! É latente que o trabalho do
professor esteja vinculado a uma colaboração intensa com seus alunos e seus
interesses (como os livros do Harry Potter, por exemplo).
Este
capítulo também nos trouxe outra reflexão e também dificuldade: como consumir
as mídias? As culturas de massas são muito fortes e muitas vezes nos tornamos
consumidores acríticos. Por isso o professor antes de fazer um trabalho sobre a
criticidade no uso das tecnologias deve também fazer isso para si. Saber o que
usar e como usar com seus alunos, apenas trazer novidades e diferentes mídias
não é suficiente.
Esta
foi mais uma tarde prazerosa e nos trouxe muitas discussões e reflexões
importantes.
A
próxima reunião ficou agendada para o dia
04/07, com a possibilidade de ser realizada no ENA, para a participação de uma
Videoconferência com professores de Minas Gerais.
Sugestões do Dia:
Livro
“Internet: e depois?” de Dominique Wolton
Vídeos
da Fundación Telefônica – muitos estão no YouTube